quarta-feira, 13 de julho de 2016

A discriminação Racial no Mercado de trabalho no Brasil 1CV

A Carne Mais Barata do Mercado (de trabalho) é a carne negra O próprio termo 'mercado de trabalho' explicita do que estamos diante: da venda de nossas vidas para que se produzam coisas. Coisas essas em que, muitas vezes, o próprio trabalhador que produz não tem acesso ao consumo e/ou uso.
Temos então de analisar o racismo no mercado de trabalho como condição para sua manutenção e expansão, e não como uma exceção ou um desvirtuamento da rede empregatícia.
A relação existente sobre composição e atuação no mercado de trabalho tem de ter recortes seccionais e, após isto, interseccionar para se haver uma ampla noção de como – e quais – são as características que convergem na criação das exclusões e discriminações no ambiente de produção. Importante notar as raízes históricas dessa disparidade [tanto em hierarquia de cargos quanto salarial entre brancos e negros.
 Ainda há a persistência do mito da benevolência do império para com os escravos, benevolência personificada na imagem da Princesa Isabel que assinara a Lei de Alforria numa estranha demonstração de empatia.
O que houve, realmente, foi a pressão das novas elites nacionais e dos Capitalistas internacionais, mais interessados em um mercado interno em que produzisse e consumisse e, claro, no livre comércio. Para isso, a superação do meio de produção era fundamental, não atoa um ano depois o próprio império se dissolveu.
A partir daí a mão de obra que acabara de deixar de ser escrava, estava em abundância, sem posses, ainda alheias aos produtos e ao mercado, sem escolaridade, ou seja, eram o material humano ideal para o desenvolvimento do Capitalismo no Brasil.
O reflexo disto se tem hoje, quando, segundo o estudo “Jovens e trabalho no Brasil: desigualdades e desafios para as políticas públicas”, a maior parte dos jovens que abandonaram os estudos são negros e de camadas pobres, isso porque são provedores de suas casas e famílias [apesar da instituição familiar estar também desintegrada para essas parcelas].
Cada vez mais cedo, o 'amadurecimento' destes jovens acontece e são logo inseridos no mercado de trabalho para serem explorados. Sem formação e com tempo escasso para a recuperação neste sentido, a disparidade aumenta quando, do outro lado do espectro cromático se tem jovens que não precisam trabalhar por terem famílias com renda alta, se dedicando exclusivamente aos estudos. Assim, há a manutenção da pirâmide social, naturalizando a hierarquia e suas consequências.
Como formas de reduzir estes problemas temos de investir mais na intervenção estatal que atua com políticas afirmativas, tais como cotas nas universidades e no mercado de trabalho, na ampliação de programas como o Projovem Urbano, que ajuda no retorno do jovem para as salas, com a priorização de assistência social para áreas vulneráveis e etc. No entanto, para a extinção deste problema somente com a superação do próprio Capitalismo.


Por : Emely Tomé,  Luana Santos  , Cauane  dias  , Maely  , Jahny

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